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terça-feira, 22 de junho de 2010

Pensamento Espiritualista 2 - Mitologia Africana

Olodumare o Todo em Tudo, a Natureza, o Algo do Nada, criou o Universo em 4 dias. Em cada dia criou 4 Odus, num total de 16 Odus principais, ou seja, 16 kàdárà (predestinações) possíveis, que se desdobrando entre si, perfazem o total de 256 odus.

Cada Odù aponta uma direção, um ponto de partida e seu término, alterando e influenciando dia após dia a conduta de tudo que possui vida. Os 16 odus principais correspondem aos pontos de adoração do Universo, que são os pontos cardeais, colaterais e sub-colaterais. Itan Dídá Àiyé (história da criação do mundo) Ofun Meji criou o Universo.

Após os primeiros momentos da formação do cosmos Ofun Meji deu início à geração de seus filhos (os demais odus). O primogênito foi Oyeku Meji, pois no princípio só havia trevas. Em seguida criou Ejiogbe (segundo alguns relatos ambos nasceram no mesmo dia). Após conceber Oyeku Meji, Ofun Meji entrega-lhe seu cetro real para que com o mesmo abrisse o PORTAL DA LUZ. Tão logo o mesmo fosse aberto surgiria à luz e a mesma se dispersaria pelo Universo, iluminando-o em todas as direções. Ofun Meji recomendou a Oyeku Meji abstinência ao emu.

Certo dia Oyeku Meji ao retornar de suas ocupações dispersou-se de seu irmão e embriagou-se com emu, desobedecendo às determinações do pai. Ejiogbe sentiu falta do irmão e retornou pelo caminho percorrido, encontrando-o embriagado e adormecido. Por mais que tentasse não conseguiu acordá-lo. Em face disso Ejiogbe recolheu o cetro real e retornou sozinho ao Orun, onde Ofun Meji os aguardava. Tão logo chegou o pai perguntou: "Onde está teu irmão, o guardião do cetro que conduzes?" "Ele bebeu emu em excesso e adormeceu. Tentei acordá-lo em vão. Como era hora de retornar, resolvi eu mesmo trazer o cetro real."

"Tu não bebeste?"

"Não! Sabes que não desobedeço às tuas ordens, meu pai." "Sendo assim confiarei a ti a guarda do cetro real. Tu substituirás teu irmão a partir deste instante.” Ao se recuperar da embriaguez e sentir a falta do cetro real, Oyeku Meji retornou ao Orun totalmente desnorteado. Ao cruzar os umbrais do orun foi interpelado por seu pai: "Por que me desobedeceste, meu filho?" "Não resisti ao desejo veemente do emu, e o pior é que não sei onde deixei o vosso cetro, e nem onde está meu irmão." "Felizmente ambos não estão perdidos. Teu irmão recolheu o cetro real e o trouxe de volta para mim. Devido ao teu procedimento, de hoje em diante estarás subordinado a teu irmão mais novo." A partir daí é que Ejiogbe passou a ocupar o primeiro lugar por ordem de chegada ao Aiye. Oyeku Meji resignou-se a seguir fielmente Ejiogbe, o qual, piedoso suplicou ao pai: "Oyeku Meji é meu irmão mais velho, e em face de sua fraqueza e desobediência tornou-se meu servo, o que me entristece. Seria possível dar a ele a guarda das noites e das trevas, uma vez que confiaste há mim os dias e a luz?" Com pena, Ofun Meji confiou a Oyeku Meji a vigília da noite, das trevas, do sono e da insônia, enfim a guarda de tudo que ocorre à noite seja na terra, no ar ou nas águas. Mais uma vez Ofun Meji chamou Ejiogbe a sua presença e o encarregou de disseminar a luz aos mais longínquos recantos do Universo, criando assim as estrelas. Deu-lhe como auxiliar Èsù (por isso Exu percorre os quatro cantos do mundo com seu ogó).

As determinações foram cumpridas, ficando do alto do céu o sol a reinar sobre os dias e a lua sobre as noites, e as estrela a brilhar nas madrugadas.


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